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12.1.06

Chupa-Hââãããã!??!?!?! #11

Concursos do Mundo II

A Finlândia é um país. Deve ser dos países mais aborrecidos do planeta, mas não deixa, só por isso, de o ser, um país. Apesar deste preconceito, nada tenho contra a Finlândia e, até hoje, só conheci um nativo lá dessa gentalha. Sempre que o via na cantina, a encher a mula, aproximava-me e dizia “Are you finish?”, ao que ele, a princípio solícito e simpático, anuía com um “yes” entoado de forma medieval, ainda que nada ameaçadora e com uma dentição decente. Resposta dada, e eu, acto contínuo, retirava-lhe o tabuleiro. Porque ele já tinha acabado. A verdade é que sempre quis usufruir das potencialidades do facto de o vocábulo inglês para “finlandês” e “acabado” ser, foneticamente, tal e qual. O que fiquei a saber foi que, ao contrário do que por aí se diz, os nórdicos não têm assim tanta paciência como isso.


Bem, serve isto para introduzir o facto de haver um concurso na Finlândia que, em termos de estupidez, chega aos calcanhares da piada com que eu massacrava, diariamente, aquele pobre “Finnish”. Enquadrando historicamente isto tudo, parece que aqui há coisa de centenas e centenas de anos, os nativos de um território – que equivale exactamente à actual Finlândia – tinham o nobre costume de privar as aldeias vizinhas das jovens parideiras. E sim, parece que este nobre acto (actualmente apelidado de rapto e mais que provável violação) deu origem a um dos concursos mais fascinantes do planeta: o carregamento de mulher.

Em poucas palavras, pede-se a um senhor que carregue a sua patroa durante um sinuoso percurso que inclui zonas de água, lama e alcatrão, e que atinge a astronómica cifra de 250 metros. E é só isto. Carregar a patroa no melhor tempo possível. Quer dizer, bem vistas as coisas, carregador e carga não têm, obrigatoriamente, de partilhar o leito, pede-se, contudo, que a senhora tenha já completado 17 primaveras e que atinja o peso mínimo de 49 quilos. Caso fique aquém desta segunda marca mínima, ser-lhe-ão anexados pesos até que alcance a mesma. Devem pô-los, aos pesos, no rabo, que é para onde eles irão, mais dia, menos dia.

Os prémios? Sobretudo, o peso da senhora em cerveja, mas também uma bastante secundária cabine portátil de sauna. Nos últimos anos, os estónios revolucionaram a modalidade, elevando a sua táctica de carregamento – o carregamento estónio – ao patamar de táctica “Mourinho” deste nobre desporto. Este, o carregamento estónio, consiste no seguinte: a senhora fica com as coxas encaixadas no cachaço do senhor, mas na posição oposta à esperada, pelo menos em termos de qualquer funcionalidade sexual. Mas não é esta táctica, que revolucionou conceptualmente todo o jogo, que mais me fascina nisto tudo. É que este jogo, mais que qualquer outro, é uma autêntica metáfora da vida moderna. Assim, tal como, no jogo, o homem tem que atravessar superfícies complicadas, há na vida momentos de dificuldade, em que é preciso considerável esforço e estofo. Como se isso não bastasse já, o homem, na vida e no jogo, ainda o faz com uma mulher às costas, que sustenta e protege. Além disso, essa mesma mulher, na vida e no jogo, é um peso que os pode impedir de chegar a cerveja. Finalmente, para completar o ramalhete, na vida, como no jogo, quanto mais pesa a mulher, mais cerveja o homem bebe. É a mais precisa metáfora da existência moderna.

posted by Pedro at 15:50

1 Merdas Adicionais:

  • Estes posts são mt bons p abrir horizontes.E p termos cultura portuguesa na sua devida conta, já q países com bom nível de vida t podem conservar costumes ancestrais/atrasados, conforme o ponto de vista.

     

    Joperado às 1/16/2006 4:26 da tarde por Blogger Ismael.

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