29.10.05
18.10.05
Chupanço Duplo #4
Encontrei-a.
Ontem fui jantar a um restaurante chinês. Serviram-me uma carne às fatias com massa, chamava-se pato à Pequim. Uma travessa com varias carnes e legumes, chamava-se “Chop Suey de vaca”. E uma papa encarniçada assim cheia de bocados de carne a boiar e uns ossinhos; chamava-se “Pequena Joana”.
prosado baï teresa, génio literário | 15:49--------------------------**************---------------------------
Acudam, acudam... O David Fonseca está a ter um ataque outra vez.
O mais recente flagelo da humanidade é o ultimo single do David Fonseca. Exemplo perfeito de como quando se tem uma cunha descomunal numa editora se pode fazer passar qualquer merda para o mercado.
A verdade é que, independentemente de quão profunda seja a letra, ou de quão acutilante seja a sua mensagem, a musica de David Fonseca agora mais que nunca acaba sempre por soar a algo como isto:
“AAAAAAAAAAAhhhhhh……oh……. no………….ahhhhhhhhhh………..strong……..iiiiiiiiiii………………”
(se alguém achar que não, faça favor de reclamar via e-mail)
Deprimente, sem melodia, e na maior parte das vezes sem sentido. O David Fonseca é uma Spice girl portuguesa, numa tentativa falhada de emancipação artística; com o pequeno pormenor que estas ultimas por muito más que fossem se aperceberam a tempo que não conseguiam trabalhar sozinhas. O gajo não.
Agora podemos finalmente perceber que David Fonseca se lançou numa carreira a solo simplesmente porque os outros elementos dos Silence 4 não estavam para o aturar. Ou então suicidaram-se todos entretanto
Para adicionar ao meu sofrimento, David Fonseca está a “promover” o seu álbum há meses e meses: o mesmo single já passou 500 000 vezes, mas o álbum nunca mais sai. Não que eu quero que ele saia, era apenas uma maneira da musica em questão deixar de dar na radio.
Sei que muitos de vocês desejariam perguntar-me (ou então não, porque se estão completamente nas tintas): Teresa, porque é que tu agora escreves tanto sobre musica?
Será que te sentiste, subitamente, invadida por uma necessidade divina de educar o povo português no que diz respeito aos seus hábitos auditivos?
Será que foste, nestas ferias de verão, atingida por um torpor imenso que te obrigou a ficar dias em casa enfiada a ser invadida por ondas magnéticas?
Não. Eu escrevo tanto sobre a musica que passa na radio porque não posso ouvir cd’s, porque o rádio do meu carro está encravado com um CD pirata dos Mesa lá dentro, e o arranjo custa 150 contos.
prosado baï teresa, génio literário | 13:03
A verdade é que, independentemente de quão profunda seja a letra, ou de quão acutilante seja a sua mensagem, a musica de David Fonseca agora mais que nunca acaba sempre por soar a algo como isto:
“AAAAAAAAAAAhhhhhh……oh……. no………….ahhhhhhhhhh………..strong……..iiiiiiiiiii………………”
(se alguém achar que não, faça favor de reclamar via e-mail)
Deprimente, sem melodia, e na maior parte das vezes sem sentido. O David Fonseca é uma Spice girl portuguesa, numa tentativa falhada de emancipação artística; com o pequeno pormenor que estas ultimas por muito más que fossem se aperceberam a tempo que não conseguiam trabalhar sozinhas. O gajo não.
Agora podemos finalmente perceber que David Fonseca se lançou numa carreira a solo simplesmente porque os outros elementos dos Silence 4 não estavam para o aturar. Ou então suicidaram-se todos entretanto
Para adicionar ao meu sofrimento, David Fonseca está a “promover” o seu álbum há meses e meses: o mesmo single já passou 500 000 vezes, mas o álbum nunca mais sai. Não que eu quero que ele saia, era apenas uma maneira da musica em questão deixar de dar na radio.
Sei que muitos de vocês desejariam perguntar-me (ou então não, porque se estão completamente nas tintas): Teresa, porque é que tu agora escreves tanto sobre musica?
Será que te sentiste, subitamente, invadida por uma necessidade divina de educar o povo português no que diz respeito aos seus hábitos auditivos?
Será que foste, nestas ferias de verão, atingida por um torpor imenso que te obrigou a ficar dias em casa enfiada a ser invadida por ondas magnéticas?
Não. Eu escrevo tanto sobre a musica que passa na radio porque não posso ouvir cd’s, porque o rádio do meu carro está encravado com um CD pirata dos Mesa lá dentro, e o arranjo custa 150 contos.
14.10.05
Chupa-Ámen #1
Tenho uma explicação para o Milagre de Fátima e resume-se a isto: andavam os pastorinhos todos felizes da vida a pastar as cabras, quando notam que os caprinos estão com um ar bastante feliz. Motivados pela curiosidade, vêem as bichas a comer desalmadamente uns invulgares cogumelos de cores berrantes. “Se é bom para elas, é bom para nós”, pensaram os petizes, e se bem o pensaram, melhor o fizeram. Alguns minutos depois, encandeados pelo sol, vêem a Virgem Maria num arbusto mais alto. O que se segue é histeria colectiva.
Se há explicação para o milagre de Fátima, não há qualquer explicação para o autêntico festival de pagamento de promessas que leva os fiéis ao Santuário. O conceito é simplesmente absurdo. Dá cá uma cura para não-sei-quê que eu arrasto-me até Fátima. A culpa, claro, é de uma Igreja que gosta dos seus fiéis convenientemente ignorantes e que não desencoraja estes desvarios, o que também deve passar pela facturação do Santuário. Fátima é a grande superfície da Igreja Católica, o hipermercado espiritual de Portugal por excelência.
Mas Fátima é também o festival gore da Igreja. O pagamento de promessas é feito através de travessias suicidas de longos quilómetros por estradas nacionais. Bolhas nos pés são o mínimo que se exige para um pagamento adequado, mas a evidência de fé mais cotada passa mesmo por joelhos ensanguentados, ou mesmo braços, para quem rasteje pelo Senhor. No Fátima Shopping, os fragmentos do corpo humano feitos em cera complementam na perfeição a componente grotesca da adoração à Virgem Maria. Perninhas ou bracinhos disputam o escaparate com as tradicionais velas vendidas a metro.
Se a Igreja não pretende acabar com este disparate, pelo menos que minimize os seus efeitos na sinistralidade rodoviária. Apesar dos peregrinos estarem mais cautelosos e usarem coletes retro-reflectores na sua caminhada, isso não chega. Proponho que a Diocese de Leiria instale passadeiras de cardio-fitness em Fátima para os peregrinos. Limpava-se a estrada de peões radicais e os fiéis poderiam estar mais próximos de Deus enquanto saldavam as suas dívidas. Para não tornar a coisa demasiado cómoda (o pagamento de promessas exige sofrimento a valer), o tapete da passadeira poderia ser revestido a alcatrão ou gravilha, conforme a dimensão da promessa. E porque o risco de atropelamento deixa de existir e também entra na contabilidade divina, seria substituido por dispositivo semelhante ao das slot machines, que periodica e aleatoriamente seleccionaria uma passadeira para andar a 50Km/h.
Deste modo, a essência da promessa permaneceria intacta e as estradas ficariam mais seguras.
[o.calvin] [Permalink]
Se há explicação para o milagre de Fátima, não há qualquer explicação para o autêntico festival de pagamento de promessas que leva os fiéis ao Santuário. O conceito é simplesmente absurdo. Dá cá uma cura para não-sei-quê que eu arrasto-me até Fátima. A culpa, claro, é de uma Igreja que gosta dos seus fiéis convenientemente ignorantes e que não desencoraja estes desvarios, o que também deve passar pela facturação do Santuário. Fátima é a grande superfície da Igreja Católica, o hipermercado espiritual de Portugal por excelência.
Mas Fátima é também o festival gore da Igreja. O pagamento de promessas é feito através de travessias suicidas de longos quilómetros por estradas nacionais. Bolhas nos pés são o mínimo que se exige para um pagamento adequado, mas a evidência de fé mais cotada passa mesmo por joelhos ensanguentados, ou mesmo braços, para quem rasteje pelo Senhor. No Fátima Shopping, os fragmentos do corpo humano feitos em cera complementam na perfeição a componente grotesca da adoração à Virgem Maria. Perninhas ou bracinhos disputam o escaparate com as tradicionais velas vendidas a metro.
Se a Igreja não pretende acabar com este disparate, pelo menos que minimize os seus efeitos na sinistralidade rodoviária. Apesar dos peregrinos estarem mais cautelosos e usarem coletes retro-reflectores na sua caminhada, isso não chega. Proponho que a Diocese de Leiria instale passadeiras de cardio-fitness em Fátima para os peregrinos. Limpava-se a estrada de peões radicais e os fiéis poderiam estar mais próximos de Deus enquanto saldavam as suas dívidas. Para não tornar a coisa demasiado cómoda (o pagamento de promessas exige sofrimento a valer), o tapete da passadeira poderia ser revestido a alcatrão ou gravilha, conforme a dimensão da promessa. E porque o risco de atropelamento deixa de existir e também entra na contabilidade divina, seria substituido por dispositivo semelhante ao das slot machines, que periodica e aleatoriamente seleccionaria uma passadeira para andar a 50Km/h.
Deste modo, a essência da promessa permaneceria intacta e as estradas ficariam mais seguras.
[o.calvin] [Permalink]