Chupa-Ámen #3

Estimados Paroquianos

Acabaram de bater à porta (interromper o jantar como fica bem) para perguntar se não queríamos contribuir com "qualquer coisinha" para a capela aqui em frente (qualquer coisinha entende-se por dinheiro, no mínimo, 5€). Sabendo que o nosso historial católico mete GNR, altifalantes da capela, gabinete do ambiente e um certo tipo de difamação na missa, não deixo de louvar a coragem/lata para nos virem cravar. Talvez na esperança de um certo espírito natalício?

O mais anedótico é que nos deixaram um papel que está de morte!! Para começar, se precisam de dinheiro, podiam muito bem poupar nestas impressões e dar de comer ao padre, mas cá vai uma transcrição:
Paróquia de São Julião de Cacia
Aveiro

Estimados Paroquianos
(Um começo bem catita, hem?)

Os meus votos de paz e bem para vós e as vossas famílias.
(Começa por dar graxa, é bem!)

O serviço da Comunidade vive da generosidade das famílias cristãs. Para isso se criou o Contributo Paroquial/Côngrua.
(Serviço da Comunidade é um bocado lato, mas continuando)

Os católicos sabem que têm de "contribuir para as despesas da liturgia, da evangelização, da caridade, para a digna sustentação dos servidores da comunidade, para a conversação e criação de condições da actividade apostólica, segundo os costumes da Igreja."
(Isto está mesmo a "bold" e tudo. Nós TEMOS que contribuir? Quem disse?!)

São orientações da Igreja que aqueles que a ela pertencem, e sempre que possam, participem: "cada casal ou solteiro(a) independente deverá contribuir, anualmente, com o equivalente a um dia de salário familiar."
(Eu acho que não li bem.. e se o padre arranjasse uma profissão, hem? Fazer entregas de pizzas aos fins-de-semana e tornar-se útil?!.. É que, parecendo que não, os sermões repetem todos os anos, eles só precisam de os escrever uma vez. E pensar eu que me ria ao pensar que o pessoal da IURD dava 10% do salário!.. Mas já devia ter desconfiado que eram orientações da Igreja porque eu nunca li isto em lado nenhum e 11º mandamento não existe)

Muitos assim têm feito. Outros têm generosamente ultrapassado esta orientação. (Vamos falar em números: quantos?!) Outros, sabemo-lo bem, não podem participar assim, ainda que gostassem de o fazer, pelas dificuldades monetárias com que se deparam. Mas há outros, também que podendo não o fazem.
(Ah, o belo sentimento de culpa já cá faltava! Isto para conseguir dinheiro, vale tudo!)

É a altura de darmos as mãos e colaborarmos. Não será possível sem a ajuda e a participação generosa de todos. (Mas tem que ser generosa!) Saibamos dar para receber. (Leia-se: um lugar no Céu compra-se) Deus nunca tira àquele que se dispõe a partilhar os seus bens! (Há testemunhas disto?)

Ficamos a pedir a Deus que abençoe o vosso trabalho, a vossa vida, a vossa família, o vosso lar.. Que o Senhor proteja individualmente cada um de vós.
(Novamente a graxa para finalizar)

Fraternalmente em Cristo,
(Novamente catita!)



(P. de Rogério António Oliveira)
(Sim, entre parentesis porque devia estar por baixo da assinatura inexistente. O homem nem se deu ao trabalho de assinar isto!!)

Como é que é possível que, sabendo das riquezas que o Vaticano tem e que qualquer igreja ou capela do mundo pertence àquela gente, eles ainda tenham a lata de nos vir pedir dinheiro? Ainda por cima a quem não vai à missa! Suponho que isso é problema nosso, só não vamos porque não queremos..

Tal como São Tomé: ver para crer.

Postado por mim às 20:42